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Seleção perde Ronaldo, mas ganha o jogo – e uma chance de ver encontro único entre passado e futuro, com Neymar

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Neymar e Ronaldo: dupla afinada (Foto: Cesar Greco/Fotoarena)

Neymar e Ronaldo: dupla afinada (Foto: Cesar Greco/Fotoarena)

O placar não importava tanto; o desempenho, também não – pelo menos para a torcida, que foi ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo, na noite desta terça-feira, para se despedir de Ronaldo. No fim das contas, o saldo até que foi positivo. A seleção brasileira perdeu seu segundo maior artilheiro, que se despediu numa participação marcante – curiosamente, não pelos gols que fez, mas sim pelos que deixou de marcar. O time do técnico Mano Menezes, porém, ganhou o amistoso contra a Romênia, 1 a 0, gol de Fred, ainda no começo da partida, e também uma chance única: a de presenciar, ao mesmo tempo, o passado e o futuro da seleção. Isso porque a dupla Ronaldo e Neymar, que durou pouco mais que 15 minutos e jamais voltará a ser reeditada, funcionou muito melhor do que qualquer um imaginava. O mais promissor jogador brasileiro da atualidade costurou três jogadas de gol para o maior artilheiro da história das Copas do Mundo. Ronaldo perdeu as três, mas ficará na lembrança o entrosamento instantâneo entre os dois. Com Ronaldo já fora de campo, o segundo tempo fez jus à classificação de amistoso, com muito pouco a oferecer à torcida – que preferiu continuar gritando o nome de Ronaldo. A seleção volta a se reunir dentro de algumas semanas – agora para disputar uma competição oficial, a Copa América, na Argentina.

A definição da lista de convocados para o torneio, aliás, era uma das expectativas da noite para os jogadores. Uma das dúvidas do técnico Mano Menezes, tanto para o amistoso como para a Copa América, era a posição de armador – e ele surpreendeu colocando Jadson na função que foi de Elano no amistoso anterior, como homem mais avançado entre os três ocupantes do meio (no treino, ele tinha ensaiado Henrique na função). O meia do Shakhtar, da Ucrânia, decepcionou na sua primeira chance, no amistoso contra a Escócia, em Londres – tímido demais, deu lugar a Lucas. Nesta terça, porém, o atleta revelado pelo Atlético-PR apareceu muito mais. Logo aos 3 minutos, por exemplo, foi derrubado na entrada da área – a arbitragem deu só falta, não pênalti. Aos 8, Jadson acionou Neymar pela esquerda, mas o novo astro da seleção teve seu chute bloqueado. E aos 11, ele puxou um contra-ataque que deixou Neymar frente a frente com o goleiro – o camisa 11 chutou por cima. Neymar voltou a levar perigo aos 18 minutos, entortando um zagueiro no lado esquerdo da área e levantando para Fred soltar um voleio, que não levou perigo. Aos 21 minutos, depois de tanto ameaçar, o Brasil enfim abriu o placar. Maicon subiu pelo lado esquerdo e virou para Neymar na esquerda. Ele fez uma linda finta e acionou Fred, quase embaixo do travessão, só completar.

Em vantagem no placar e com liberdade para jogar, a seleção passou a aprontar o terreno para a entrada do dono da festa. A torcida já gritava seu nome desde os 15 minutos – e enquanto o jogo corria, o telão do Pacaembu mostrava Ronaldo no vestiário, se aquecendo, sempre com a companhia dos filhos, Ronald e Alex. Às 22h22 desta terça, aos 27 minutos de partida, Ronaldo subiu ao gramado – e deixou tudo o que se passava em campo em segundo plano. Com todos os olhares direcionados à lateral do gramado, Fred, o autor do gol, foi o escolhido para dar o lugar ao maior artilheiro da história das Copas. A equipe passou a buscar Ronaldo sempre que possível. Ele demorou a pegar na bola, mas aos 33, depois de um cruzamento rasteiro de Neymar, o Fenômeno finalizou na pequena área – só para o goleiro Tatarusanu rebater e fazer o papel de estraga-prazeres da festa. Aos 39, Ronaldo teve uma chance mais clara ainda, de novo graças a Neymar, que iniciou o lance. Recebeu de Robinho a bola limpa, na altura da marca do pênalti, e bateu de chapa, com o pé direito, seu melhor. Isolou a bola – e caiu na gargalhada. Aos 41, Neymar – de novo – disparou pela ponta e ainda esperou Ronaldo chegar antes de cruzar, para o Fenômeno chutar rasteiro – e de novo esbarrar no goleiro romeno.

Leia também: ‘Até breve, mas dessa vez fora de campo’, diz Ronaldo

Foi a última chance de gol de um artilheiro que ficou marcado por aproveitá-las ao máximo. E o último lance importante da primeira etapa, concluída com o início da homenagem programada para durar todo o intervalo. Ronaldo deu volta olímpica, vestiu a bandeira brasileira, falou um “muito obrigado” e fechou um capítulo da história da seleção. Enquanto descia ao vestiário, a seleção voltava ao gramado – com Nilmar na vaga que era do Fenômeno -, com a tarefa de assegurar a vitória, tentar ampliar o placar e deixar uma boa impressão antes de se apresentar para a disputa da Copa América, em julho, na Argentina. A temperatura do jogo, porém, despencou. Neymar, Robinho e Jadson ainda tentavam acelerar o ritmo da partida, mas os lances mais contundentes eram raros. A seleção encaixou dois belos ataques – aos 17, com Nilmar, em um chute rasteiro defendido pelo goleiro, e aos 18, de novo com Nilmar, de novo com defesa de Tatarusanu. Aos 21, Lucas, que vinha sendo pedido pela torcida, entrou – mas no lugar de Robinho, troca que desagradou à torcida. Era chegada a hora de dar alguns minutos de jogo a quem ainda não tinha atuado desde o amistoso anterior, como Luisão e Thiago Neves. Desentrosados, os substitutos tentaram mostrar serviço, mas sabiam que a noite não era deles, e sim de quem já estava no vestiário havia um bom tempo.

(Giancarlo Lepiani)


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